Notícias da ABM – Eficiência energética na produção pode tornar aço nacional mais competitivo
Processos, parâmetros, modelos de serviços, sustentabilidade e gestão de conhecimento estão entre fatores importantes discutidos para aprimoramento da produção por principais players do mercado nacional em mesa-redonda, durante a 9ª ABM Week
Fonte: Assessoria ABM
Num contexto em que a produção de aço nacional é desafiada por aumento de importações e taxas de exportação mais altas, o foco na produtividade é fator decisivo para um produto nacional mais competitivo.
De acordo com o Instituto Aço Brasil, o parque produtor de aço brasileiro é composto por 31 usinas, administradas por 11 grupos empresariais, o que gera uma capacidade instalada de 51 milhões de toneladas de aço bruto por ano. Desse total potencial, em 2024, o Brasil atingiu uma produção de aço bruto de 33,7 milhões de toneladas – uma ociosidade de 34%.
Apesar de representar uma receita importante para o setor e para a economia nacional, a produção é considerada média, se comparada a dos países maiores produtores, como a China. E o potencial acumulado e não desenvolvido da produção também confirma que há espaço e necessidade de crescimento.
Tendo em vista esse cenário, processos que tornem a indústria do aço mais competitiva passam a ter papel decisivo para o setor. A eficiência em todas as etapas que evolvem a cadeia de produção do aço torna-se ponto de atenção para os grupos que o produzem e para todos os envolvidos nessa indústria.
Eficiência energética na aciaria
A aciaria é uma das principais etapas do processo de produção do aço. Ela pode ser definida como a unidade de uma usina siderúrgica onde são utilizados equipamentos e processos que transformam o ferro gusa (matéria-prima obtida por meio da redução do minério de ferro) em diferentes tipos de aço. Nessa unidade, os fornos (convertedores e fornos elétricos) são equipamentos importantes do processo de produção. Consequentemente, o controle da energia utilizada nessa etapa torna-se um elemento desafiador e decisivo para as equipes envolvidas, visando à manutenção da qualidade e produtividade, sem abrir mão do controle da energia dispendida para isso.
Comprometida com a evolução do conhecimento técnico-científico envolvido nesse processo, a Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração (ABM) mantém entre seus compromissos agendas e atividades voltadas para o debate e a difusão de informações sobre a cadeia de valor relacionada às metodologias na aciaria. Por esse motivo, trouxe entre os destaques da programação da 9ª ABM Week a mesa-redonda “Eficiência Energética nas Aciarias”, de responsabilidade e organizada pela comissão técnica de Fusão, Refino e Solidificação da ABM.
A mesa contou com a coordenação de José Roberto Bolota, consultor e diretor da Leanfox. No papel de moderador esteve Mauricio Ferreira de Pinho, diretor geral da Infinity Solutions. E como palestrantes participaram Douglas Lilge, gerente de produtos da Vesuvius Refratários; Gabriel Medeiros, gerente técnico de aciaria da Gerdau; e Gabriel Pigatti, gerente de produção de placa da ArcelorMittal.
Destaques da mesa
A mesa-redonda focou na troca de experiências sobre ações para a otimização energética nas aciarias, do ponto de vista da operação das próprias aciarias e também de seus fornecedores.
Para alcançar esse objetivo, Douglas Lilge, da Vesuvius Refratários, destacou a necessidade do controle de previsibilidade na operação de fornos e não dispensou o uso da inteligência artificial para a manutenção desse controle. “Olhar para a maneira como os fornos são operados, com foco em sua regulação dinâmica e na produção de escória, a partir de mecanismos de controle, podem ser formas de garantir eficiência”, explicou.
Douglas Lilge, representante da Vesuvius Refratários
Gabriel Pigatti, da ArcelorMittal, destacou que, entre os elementos prioritários na eficiência energética na empresa em que atua, estão: investimentos em energia limpa; recuperação de gases para geração de energia elétrica; e geração de créditos de carbono, a partir da mitigação de CO2 em processos com maior controle. Reforçou ainda as iniciativas de uso de hidrogênio verde e etanol como fontes de energia e como elementos de impacto na cadeia de valor da produção.
Gabriel Medeiros, da Gerdau, avançou nas discussões apontando a necessidade de acompanhamento e resolução dos aspectos críticos de controle nos fornos. Também salientou a demanda por adequação às questões ambientais, defendendo uma transição energética gradual, onde o uso do gás natural tem um papel importante.
Também para Maurício Pinho, da Infinity Solutions, um dos principais objetivos da área é evitar o desperdício de recursos naturais: “devemos garantir a prosperidade ampliada e desenvolvida em toda a cadeia, com o aproveitamento máximo dos recursos”, explicou.
Resumindo a palestra e com base nas discussões e opiniões apresentadas, o consultor e executivo José Roberto Bolota disse ver como bastante promissor o destino da evolução na área. “Temos um futuro brilhante pela frente em termos de eficiência energética nas aciarias”, afirmou, na fase de conclusão dos debates da mesa.
Serviço: ABM Week
Data: 9, 10 e 11 de setembro de 2025
Local: Pro Magno – Av. Profa. Ida Kolb, nº 513, Jardim das Laranjeiras, São Paulo – SP
Mais informações: https://www.abmbrasil.com.br/evento/abm-week-9/programacao
Sobre a 9ª ABM Week
A ABM Week é o principal evento técnico-científico e empresarial da América Latina voltado para os setores de metalurgia, materiais e mineração. Realizada anualmente pela Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração (ABM), reúne profissionais, pesquisadores e empresas para discutir as últimas inovações e os desafios enfrentados pela indústria.
A 9ª edição tem a Ternium e Usiminas como anfitriãs e conta com o patrocínio de empresas como ArcelorMittal, DME Engenharia, Gerdau, Primetals, SMS group/Vetta, Vale, White Martins, CBMM, GECAL, Shinagawa, Acre, Aperam, Bruker, Carboox, Danieli, HWI – a Member of Calderys, Ibar, PSI Metals, Reframax, RHI Magnesita, Vesuvius, Aplan, Autron, AVB, Beda/Lechler, BRC, Clariant, CIT Senai, CNBM, EnergyTech, GMI, Harsco, IMS Messsysteme GmbH, Jenike & Johanson, KAEFER RIP Serviços Industriais, Kuttner, Lhoist, Nalco/Ecolab, Phoenix, Polytec, QINGDAO NPA, Rimac, Russula, Stocktotal, Tecnosulfur, TSR Mill Rolls, UMECC, Vika Controls, ABB, Açokorte, Advent Silica, Atomat, CEMI, CISDI, Cordstrap, Data Engenharia, Densit, DENSYX, Direxa, Delta Ducon, Durag Group, E-Crane, Eirich, Enacom, ESW, Evonik, Fluke, Fosbel, Furnace Solutions, GE Vernova, GERVASI ITALIA SpA, Grupo DR1, Hastec Group, Heraeus Electro-Nite, Instron, Intelbras, JT&Partners, KMD, Koppern Group, Lumar Metals, Magna, Nouryon, Nstech, Rijeza, SNF, Solenis, Spraying Systems, Suncoke Energy, Thermopellets, TMEIC, UTIS, Vamtec Group, Vixteam, Weir, Yellow Engenharia.